quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Expulsa da casa do entrevistado!

Hilário o que aconteceu terça-feira. Eu, cinegrafista e auxiliar fomos expulsos da casa do entrevistado...
Chegamos na casa do idoso por volta das oito da manhã. Seria uma entrevista sobre aposentados que sustentam a família, inclusive os filhos adultos. Na portão, seu Braz, nosso personagem, nos convidou pra entrar. Só não contava com a recepção da esposa, que não tinha sido consultada por ele sobre a tal reportagem.... "Quem são eles?", perguntou brava na janelinha da porta. "São da reportagem, vão gravar com a gente sobre aposentadoria." "Nao vão não", retrucou rapidamente. E ainda disse: "Na minha casa ninguém vai entrar, não sei porquê você inventa essas coisas... ", gritou para o marido, meio tonto com o que estava acontecendo.
Depois, ela vira pra gente e diz... "desculpa, não é com vocês, mas eu não quero reportagem nenhuma na minha casa." Detalhe: em nenhum momento ela abriu a porta, todo o diálogo aconteceu da janelinha...rs
Seu Braz, desnorteado, virou pra mim e perguntou: "Pode uma coisa dessa?". Eu, que não sou boba, não quis saber de confusão. Só levantei a sobrancelha, meio que falando, não posso fazer nada...
Enfim, encerrei a "ocorrência" dizendo que não teria problema, afinal a casa era dela. E nos despedimos de seu Braz, deixando ele lá com a esposa furiosa... o que aconteceu depois, não tenho a mínima idéia...rs.

domingo, 25 de setembro de 2011

É primavera...

Todos os anos é sempre a mesma coisa... temos as matérias obrigatórias. Trânsito na volta das férias do início do ano, enchente, preparativos para o carnaval, compra dos ovos de páscoa, chegada do frio e a primavera!
Chegou a vez de falar das flores... e foi o que fiz. A idéia era mostrar que as flores têm várias funções: nomes de ruas, de pessoas, enfeitam os ambientes...
Mais uma vez fui até Holambra, no interior de São Paulo, gravar sobre a Expoflora, uma festa linda que dá boas vindas `a primavera. O vt ficou caprichado, com belas imagens.
O  jornalismo é sim repetitivo, não há como fugir das matérias obrigatórias (mesmo pq elas acontecem todos os anos e são notícia) , mas é sempre possível encontrar um foco diferente, um personagem simpático. Tive o prazer de conhecer a Margarida, uma mulher doce, sonhadora e apaixonada por flores. Ela tem tudo florido. Coloquei parte na matéria, mas ela tem muito mais coisas. Na cozinha da casa dela, enquanto gravavamos comecei a reparar... olhei no escorredor de louças... os pratos tinham flores, os enfeites... e até a toalha da mesa. Não era feio, pelo contrário, dava um toque delicado à casa. Ta vendo? Sempre tem algo pra surpreender a gente, basta saber e querer enxergar...

http://www.youtube.com/user/reafonso2010?feature=mhum

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Nem puta, nem santa: livre!

Esta semana perdi minha prima Adriana, que morreu aos 40 anos, por complicações de uma ciurgia de redução de estômago. Fiquei pensando... mesmo depois de tantas lutas, as mulheres não vivem em paz. A sociedade - homens e mulheres - diz que a mulher tem de ser magra, não pode ter celulite, se tem cabelos brancos entre os pretos é relaxada, se não casa é solteirona e se está na fase dos 30 anos e não tem filhos fica ouvindo...ah, cuidado, não deixa muito pra frente... E se deixar?? E se ela não quer casar? E se a mulher não quiser mesmo ter filhos? Isso não significa que ela não vai ser feliz, pelo contrário. Ela pode simplesmente querer formar uma família apenas com o marido. E se um dia, a idade biológica não permitir mais ter filhos, pode adotar. É amor do mesmo jeito. Falo isso baseada em reportagens que já fiz sobre o assunto. .
Virei feminista na rede Mulher, emissora em que trabalhei por cinco anos. Nas matérias descobri que as mulheres ainda ganham muito menos que os homens (nas multinacionais sente-se menos a diferença), que muitas empresas ainda não respeitam o período de gravidez ou de licença maternidade, que a violência doméstica é muito maior do que as estatísticas mostram. Enfim, aprendi que as lutas feministas são pela igualdade de gênero. Ninguém quer ser melhor do que os homens ou criar uma guerra civil. Queremos ter os mesmos direitos e mesmo valor na sociedade. Não queremos medir força física, isso os homens têm de sobra. Eles podem continuar sendo gentis e trocar o pneu do carro para uma mulher. Afinal, é preciso força para virar aquela chave horrenda. Mas isso não significa que o salário deles tenha de ser maior que o nosso, que as mulheres não mereçam o mesmo respeito na sociedade. Outro dia li uma frase não sei onde, mas que adorei. Não é preciso rotular a mulher. Nem puta, nem santa: apenas livre!

E tem um movimento feminista que usa esse lema:
"o feminismo convoca as mulheres para serem protagonistas de suas próprias vidas, titulares de seus direitos, capazes de enfrentar os desafios colocados a cada momento com rebeldia, autonomia e ousadia"

domingo, 11 de setembro de 2011

Uma fã privilegiada!

A primeira vez que entrevistei Zezé Di Camargo e Luciano foi em 1996 no lançamento do cd daquele ano. Passei horas papeando com os dois e não acreditando no que estava acontecendo. Trabalhava no Diário do Grande ABC. Depois, já no Agora São Paulo, foram vários outros momentos em que - graças a minha profissão - consegui chegar perto deles. Eu era repórter da editoria de cidades - fazia enchente, greves, trânsito - mas sempre pedia para cobrir os shows da dupla. Trabalhava o dia todo fazendo minhas reportagens e à noite lá ia eu, radiante, para o Olympia. Depois, camarim e entrevista!!!! Eu chegava em casa lá pelas 2h da madrugada e no dia seguinte, entrava 10h (e só sairia lá pelas 21h...). Mas nem me importava com as poucas horas dormidas, tamanha era a minha felicidade de ter ficado pertinho dos ídolos, em especial, o poeta Zezé Di Camargo. E não tinha moleza...além de escrever a matéria para editoria de variedades, eu seguia com minhas reportagens em cidades, e não eram poucas. Não estava nem aí...rs.
Teve um show em que questionei o Zezé sobre as músicas que ele tinha escolhido para o dvd/show, que seria gravado meses depois. Senti falta da música "Vivendo Por Viver", canção de Roberto Carlos. Essa música sempre esteve nos shows da dupla. Eu adoro!
Sem hesitar, virei e falei: "vc tem de colocar essa música, é linda, você adora... ". Ele questionou: vc acha mesmo? "Acho Zezé, ela não pode ficar de fora". Meses depois, gravação do DVD... e a música estava no espetáculo...
Não lembro se ele completava 26 ou 27 anos, mas teve um ano que o Luciano fez uma festa de aniversário e convidou também os jornalistas que costumavam cobrir os shows. Pois é, eu estava na lista! uhuuuu. Como tenho a mesma idade que o Luciano, lembro de curtir a festa do mesmo jeito que ele. Dançamos, comemos, demos risadas. Que privilégio!!
As fotos que tenho com os dois foram tiradas em shows que fui como convidada, não como jornalista. Já faz algum tempo que não entrevisto a dupla, mas continuo tendo o prazer de acompanhar de perto. Esta semana, eles gravam mais um DVD em comemoração aos 20 anos de sucesso. Mais uma vez estarei lá! E mais uma vez vou curtir como se fosse a primeira vez....





segunda-feira, 5 de setembro de 2011

"Não fica aqui, é perigoso..."

A frase acima eu disse para uma turista japonesa, que tentava visitar a Catedral da Sé. A igreja havia acabado de ser interditada pela prefeitura porque precisava de uma reforma.
Eu fui a primeira jornalista a chegar ao local. Enquanto esperava as autoridades que dariam entrevista, reparei que muita gente estava tirando foto na porta... Curiosa, me aproximei e perguntei se eram turistas. Sim... e alguns estavam ali pela primeira vez e sonhavam em conhecer a famosa igreja de São Paulo. Ooooba! Foi nessa hora que apareceu a turista japonesa, atrapalhada com o inglês e questionando porque não poderia entrar. Expliquei e aproveitei para fazer a entrevista para minha reportagem. Afinal, era uma turista estrangeira que iria embora frustrada por não conhecer o cartão-postal paulistano.
Os jornalistas dos outros veículos começavam a chegar e eu não queria dividir minha turista japonesa com ninguém... Assim que ela terminou as fotos da igreja, falei: "não fica aqui, é perigoso, acho melhor ir embora". Foi a saída que arrumei para tirá-la da praça. Fui conversando com a jovem até a entrada do metrô, esperei descer as escadas, e tive a certeza de que ela não voltaria mais...eeeeeeee
Eu, menina de tudo, voltei feliz e saltitante pela entrevista exclusiva!!! Só um fotógrafo percebeu o que eu tinha feito e demonstrou isso com um sorriso. Mas ele foi bacana, entendeu que aquilo era uma sacada minha e respeitou.
No dia seguinte, todos os jornais deram a interdição da Catedral, mas só o Agora São Paulo tinha os turistas barrados na porta!! Viva!! Festa e parabéns na redação!!