quinta-feira, 31 de maio de 2012

Pendurada no ombro do fotógrafo

A pauta era cobrir alguma ocorrência no metrô. Como faz muitos anos não lembro ao certo se era uma colisão, uma queda de energia ou algo do gênero. Só lembro que a linha estava parada e precisávamos registrar o trem.
A Angélica, pauteira, me passou a missão. Ír até o local ver o que está acontecendo. Eu lembro de ter ligado para a assessoria e, claro, fui informada que não teria autorização para entrar. Angélica, sempre delicada, insistiu e disse para eu ir até lá, afinal era preciso tentar. Hoje, mais experiente, fico imaginando o que passou na cabeça dela aquele dia. Eu era foca, começando na reportagem.
Eu segui para o local com o fotógrafo Almeida Rocha. Havia um muro enorme, não conseguíamos ter visão do trem. Um olhou para o outro e nós não tivemos dúvida... Eu subi no ombro dele e virei fotógrafa!! rsrs Imagine a cena: o fotógrafo tentando se equilibrar com uma repórter nas costas. Eu não sabia se tirava foto, dava risada ou ficava de olho nos seguranças que poderiam aparecer a qualquer momento. Mas estava achando aquilo o máximo.
Depois, vejo um vendedor ambulante passando mais adiante com uma cadeira mão. Não tive dúvida. Saí correndo e pedi emprestado. Aí sim o verdadeiro fotógrafo conseguiu registrar o trem. Entrevistei passageiros na rua e voltei pra redação. Apurei o resto com assessoria.
Eu acho que essa ocorrência foi um divisor de águas na minha carreira. Foi a partir dela que eu descobri que repórter não precisa, necessariamente, autorização para tudo. Tem que tentar, correr atrás e o melhor, é muito divertido furar barreiras!!!

domingo, 20 de maio de 2012

Riqueza do jornalismo

Eu adoro matérias com personagens. Muito. Contar a história das pessoas comuns enriquece qualquer reportagem. E gostei especialmente desta  para o dia das mães. Quando a produtora me falou, já fiquei imaginando o roteiro e dando palpites, claro...
Acompanhei o parto. Na hora do nascimento fui brincar com a mãe, que ainda não tinha visto a pequena: eu já vi sua filha! Quando olho, ela estava chorando, emocionada...Ai, meu Deus! virei para o cinegrafista, elétrica, ela tá chorando, ela tá chorando...Me empolguei, afinal não é todo dia que se acompanha o nascimento de alguém!
Na mãe adotiva, que delícia... fiz questão de colocar no texto o que realmente senti na casa. As crianças são saudáveis, sentem-se a vontade ali, e, o que é melhor, estão sempre sorrindo.
Eu escrevi o texto logo que cheguei da rua. Transmiti tudo que estava sentindo, pensando nas cenas que tinha presenciado. Adorei principalmente o grito de guerra que mãe e filha costumam fazer. Os beijos e abraços são espontâneos, não param!
E no ar, as imagens confirmam tudo que senti ali com a família. 
Quem já assistiu a matéria me falou sobre isso, como eles são felizes. São sim, e eu tive o prazer de presenciar isso. Mais uma experiência enriquecedora, privilégios do jornalismo.

Segue abaixo o link da matéria,
http://www.youtube.com/watch?v=SwxqWzp23EM&feature=plcp

sábado, 12 de maio de 2012

Eu não tenho o direito de pedir nada a Deus

A frase acima não é minha, mas serve pra mim. Ouvi a cantora Ivete Sangalo falar uma vez e achei linda. A gente reclama de boca cheia, muitas vezes. Muito mesmo.
Eu tive o prazer de gravar uma matéria especial para o dia das mães. Queríamos mostrar como vivem as mães cujos filhos fazem tratamento contra o câncer. Conhecemos (eu e equipe) várias famílias que vivem com o coração apertado por causa da doença. Teve um pai que até largou o trabalho só para acompanhar o tratamento da filha de 6 anos e viver o maior tempo possível com ela.
As mães, mesmo com o coração dilacerado, arrumam forças sei lá onde para enfrentar tudo. A gente se emociona na gravação, mas depois vai embora e segue a vida. Aquelas famílias não, continuam ali esperando a cura. 
A reportagem traz uma experiência e uma vivência maravilhosa. A gente aprende cada coisa...Desta vez, eu aprendi com essas mães que lutam para salvar os filhos o que é realmente uma dor, um problema. O resto são desafios, muitas vezes, passageiros. É só aprender a desviar das pedras...
Na volta para a tv, eu e a equipe chegamos a conclusão de que nós não temos o direito de pedir nada a Deus...

22 de julho de 2012 - Hoje infelizmente fiquei sabendo que a Carol faleceu. Triste notícia.

Segue o link da matéria
http://www.youtube.com/watch?v=SrgNWzQsNa0&feature=plcp

domingo, 6 de maio de 2012

Feliz Aniversário, blog!!!

A semana é de festa, de comemorar um ano do meu blog. No dia 7 de maio de 2011 eu escrevia meu primeiro post nessas páginas. Peguei gosto e não penso em parar tão cedo.
Conto aqui minhas aventuras na reportagem... e me divirto toda vez que relembro algo.
Dezessete anos! Eu olho pra trás e penso: puxa como passou rápido! Continuo aprendendo e o que é melhor, continuo apaixonada pelo que faço. E isso faz diferença, assim como a experiência. Não pulei etapas e tive paciência para passar por cada obstáculo e coragem para recomeçar uma trajetória só para realizar um sonho (já escrevi sobre isso aqui, quando mudei de impresso para tv).
Há alguns dias dei uma palestra para médicos sobre como lidar com os jornalistas. É o chamado midia training. Fiz um roteiro do que achava importante sobre os "perigos da imprensa" e depois respondi `as perguntas. Falei durante uma hora e meia. No final, fui elogiada e recebi novos convites.
Depois, pra minha surpresa, descobri que no twitter tinham vários comentários a respeito da minha apresentação, sempre positivos. Ufa, ainda bem! Nesse dia tive a certeza de que nada foi em vão e que minha experiência tem valor, mesmo que nem sempre reconhecida. (um amigo até brincou, dizendo que estou no estilo "quer pagar quanto?"...rs)
A história que construí é minha, eu conquistei, eu batalhei, eu corri atrás de cada capítulo.
E lembrei da frase que um amigo me disse certa vez: "não desista dos seus sonhos por causa dos outros". Não vou desistir!
Feliz aniversário, blog!!!