terça-feira, 24 de julho de 2012

Homem tem medo de médico? Tem sim, senhor!

Na pauta estava o recado: "a assessora garantiu que não teremos dificuldades para encontrar personagens no hospital." E não é que ela estava certa? O Centro de Referência de Saúde para Homens fez um levantamento e constatou que mais de 60% dos pacientes procuram ajuda médica quando o problema já precisa de cirurgia. Ou seja, o caso é grave. E este era o gancho da minha reportagem.
Chegando no centro começamos a fazer imagens dos pacientes. E logo no primeiro perguntei: o senhor não gosta de ir ao médico? "Opa, só vim mesmo porque estou cheio de dor..." Pode me dar entrevista!!!
No segundo paciente que abordei, tiro certeiro de novo. "A gente vai adiando, acha que não é grave".
No terceiro paciente abordado, bingo! Ele só foi até o hospital porque os sintomas já estavam graves e impossíveis de ignorar. Ah, e escondeu o problema da mulher por 10 dias, com medo dela mandar ir para o hospital logo.
Sorte de repórter? Nesse caso acho que não. Nunca foi tão fácil encontrar personagens para um vt...
Por mais que eles me dissessem que era falta de tempo, preguiça... eu saí de lá com a sensação de que homem tem mesmo medo de médico!
Segue o link da matéria:
http://www.redetv.com.br/Video.aspx?52%2C15%2C279311%2Cjornalismo%2Credetv-news%2Cmaioria-dos-homens-nao-costuma-cuidar-da-saude-diz-pesquisa

domingo, 15 de julho de 2012

Pelo elevador de serviço, por favor! Não...

É comum uma equipe de tv ser tratada como prestadora de serviço. Não muito raro, recepcionistas, porteiros e seguranças já ficam "atentos" quando a gente chega em prédios, condomínios ou empresas. Seguranças já nos abordam na entrada. Pois não?
Certa vez num condomínio de luxo, o porteiro queria que a equipe parasse na portaria de serviços e se identificasse (todos deveriam apresentar documento). Me neguei e respondi: o morador já não autorizou nossa entrada? Então, eu vim para uma visita, não para trabalhar. Ele achou melhor liberar a entrada.
Em outro prédio, a recepcionista insistia que deveríamos subir pelo elevador de serviço. Quando cheguei, só tinha lixo hospitalar, já que era um prédio de clínicas médicas. Nem perdi meu tempo, voltei para o elevador social e subimos por ali mesmo! Em condomínios residenciais, isso de qualquer classe social, também é comum o porteiro indicar apenas o elevador de serviço. Geralmente, ignoro.
Mas a pior situação foi numa clínica médica. Reportagens de jornalismo não carregam equipamentos pesados. Câmera, luz e microfone vão na mão. A recepcionista nos colocou na micro cozinha da clínica. Sim, ela tomou esta decisão, não queria que a equipe ficasse ali com todos "aqueles equipamentos" na recepção com os pacientes. Ficamos na apertada cozinha por cerca de meia hora até a entrevistada chegar. Na espera, devoramos todas as bolachas...rs.
A médica chegou, ficou sem graça quando descobriu onde estávamos alojados. Fiz a entrevista tranquilamente e no final, dei a bronca, sem dó. Se aceitou dar entrevista, que respeitasse minha equipe. Sou jornalista, não estou prestando favores.
Na redação, avisei a pauta: pode riscar essa clínica da agenda.


domingo, 8 de julho de 2012

Que vergonha, Pitta!

Seria mais uma manifestação de moradores lutando pela melhoria na pavimentação, não fosse um detalhe. Dezenas de crianças, moradoras de um bairro da zona leste de São Paulo, também estavam protestando. E não estavam só gritando. Os pequenos carregavam pedras enormes para tentar tapar os buracos da via. As cenas renderam imagens fortes. E ficaram na minha cabeça durante toda aquela semana. No rosto, era visível o esforço das crianças.
A rua era de terra, completamente esburacada. Passar ali uma única vez foi difícil, image todos os dias. E era assim a vida dos moradores. Quando chovia, situação pior. Os estudantes tinham de colocar o pé no barro e muitos chegavam sujos na escola. Isso quando conseguiam chegar.
O que era para ser um registro do protesto, virou manchete. E que foto, obra do talentoso Almeida Rocha. A gente se entendia pelo olhar. Eu dava o recado pela expressão. E ele a mesma coisa. Num olhar, me indicava o que tinha feito. Era nosso código.
Quando voltamos para a redação, ele tinha as fotos. E eu, os depoimentos. Juntos, ganhamos a capa. É assim que o trabalho sai bem feito, com parceria, sintonia!
O título faz referência ao prefeito da época, Celso Pitta.