Este fim de semana fiquei sabendo da morte do jornalista Roberto Hirao, de 68 anos. Uma dor no coração...
O Hirao tem participação especial na minha carreira. Eu o conheci em 1998 durante a seleção para a Folha da Tarde (que deu lugar ao Agora São Paulo). A vaga para o caderno de variedades foi publicada nos classificados da Folha. Mandei currículo e foi ele quem selecionou. Na entrevista, me recebeu muito bem, foi simpático. Durante o papo, ele confidenciou que já tinha morado na minha rua.
Um mes depois, eu fui chamada para uma outra vaga, em geral. Comecei a trabalhar e passei a conviver com aquele jornalista que tinha muita história pra contar. O Hirao tinha mal de parkinson e a doença já dava sinais. Mas ele continuava firme, trabalhando, orientando, fazendo o que gostava. E tinha um texto maravilhoso!!!
No meio da turbulenta chefia da época, ele era o ponto da calmaria, do aconchego. Orientava sem gritos, com calma, conselhos sábios, que a menina de 24 anos gostava de ouvir e seguir. E ele ouvia com paciência a jovem foca animada com suas aventuras. "Hirao", eu gritava na redação...e ele sempre respondia com um sorriso.
Eu tive o prazer de ser escolhida por ele para dividir algumas reportagens. Uma delas sobre a talidomida, um medicamento usado anos atrás para combater enjoos em mulheres grávidas e que provocou problemas em alguns recém-nascidos. Ele escreveu o texto principal e eu fiquei encarregada do personagem. Encontrei um homem sem braços, vítima do remédio."Dividi uma página com o Hirao", pensava orgulhosa.
Quando fui chamada para ser editora no Notícias Populares fiz questão de contar ao Hirao. Lembro até hoje dele me dizendo..."mas o NP está acabando". Hirao estava preocupado com meu futuro profissional. Eu respondi: "mas eu não aguento mais trabalhar 12 horas por dia". Essa era minha carga horária e eu já estava exausta. Ele entendeu minha angústia, sorriu e me desejou boa sorte. Não esperava nada diferente. Obrigada, Hirao, por dividir seu conhecimento comigo. Vai fazer falta para o bom jornalismo.
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
sábado, 11 de agosto de 2012
Oi, é o Zé Roberto...
Eu sempre gostei de esportes. Cheguei a participar dos campeonatos de vôlei organizados pelo governo entre as escolas estaduais. Essas disputas eram um sucesso. A gente torcia como se fosse seleção!!! O colégio onde eu estudava, o famoso "Daniel", tinha duas grandes quadras, uma delas coberta. E eu minha turma aproveitamos muito esse espaço.
Eu vivia no ginásio do Ibirapuera acompanhando as partidas de vôlei. Delirava com Xandó, Renan (o gato!!!!) Montanaro, Willian, Bernard e sua jornada nas estrelas....depois Mauricio (o gato 2!!!!), Carlão, Tande, Giovani, Marcelo Negrão. No basquete, amava ver o Oscar jogar. E vibrei quando a seleção foi campeã no Panamericano de 1987, em cima dos EUA. Eu gravei esta final em vhs. Há alguns anos entrevistei o Marcel, outro grande jogador de basquete, também medalha de ouro. Ele não tinha nada desta época. Providenciei uma cópia e mandei entregar. Quem diria...
Enfim, cresci com a vontade de ser repórter esportiva. O tempo passou, me formei e as oportunidades que apareceram foram em "geral". Peguei gosto por cobrir enchentes, trânsito, manifestações, greve e fui ficando.
Nas olimpíadas de Londres, vendo o José Roberto Guimarães ser campeão mais uma vez, me lembrei de um episódio. Eu estava no último ano de faculdade, em 1996, e escrevia para o caderno "Vestibular" do Diário do Grande ABC. Não me lembro da pauta, mas precisava entrevistar o Zé Roberto que na época comandava o time do Banespa. Passei uma manhã esperando na quadra e justo naquele dia, ele não apareceu. Deixei meu telefone com a secretária e expliquei a urgência.
No dia seguinte, na redação, telefone toca: oi Renata, é o Zé Roberto... com aquela voz serena, tranquila...
Eu, uma jovem estudante, quase caí dura do outro lado da linha. Confesso que deixei o telefone sem muita esperança de que ele retornasse. Pois é, me enganei...E a conversa foi ótima!! E no final, ele confidenciou: "a minha secretária disse que seu eu não te ligasse, você poderia perder o emprego, fiquei preocupado...". Expliquei que não era bem assim, mas agradeci a ligação rápida.
A gente colhe o que planta, acredito muito nessa frase. Por isso o Zé Roberto faz tanto sucesso. Parabéns por mais uma conquista!
Eu vivia no ginásio do Ibirapuera acompanhando as partidas de vôlei. Delirava com Xandó, Renan (o gato!!!!) Montanaro, Willian, Bernard e sua jornada nas estrelas....depois Mauricio (o gato 2!!!!), Carlão, Tande, Giovani, Marcelo Negrão. No basquete, amava ver o Oscar jogar. E vibrei quando a seleção foi campeã no Panamericano de 1987, em cima dos EUA. Eu gravei esta final em vhs. Há alguns anos entrevistei o Marcel, outro grande jogador de basquete, também medalha de ouro. Ele não tinha nada desta época. Providenciei uma cópia e mandei entregar. Quem diria...
Enfim, cresci com a vontade de ser repórter esportiva. O tempo passou, me formei e as oportunidades que apareceram foram em "geral". Peguei gosto por cobrir enchentes, trânsito, manifestações, greve e fui ficando.
Nas olimpíadas de Londres, vendo o José Roberto Guimarães ser campeão mais uma vez, me lembrei de um episódio. Eu estava no último ano de faculdade, em 1996, e escrevia para o caderno "Vestibular" do Diário do Grande ABC. Não me lembro da pauta, mas precisava entrevistar o Zé Roberto que na época comandava o time do Banespa. Passei uma manhã esperando na quadra e justo naquele dia, ele não apareceu. Deixei meu telefone com a secretária e expliquei a urgência.
No dia seguinte, na redação, telefone toca: oi Renata, é o Zé Roberto... com aquela voz serena, tranquila...
Eu, uma jovem estudante, quase caí dura do outro lado da linha. Confesso que deixei o telefone sem muita esperança de que ele retornasse. Pois é, me enganei...E a conversa foi ótima!! E no final, ele confidenciou: "a minha secretária disse que seu eu não te ligasse, você poderia perder o emprego, fiquei preocupado...". Expliquei que não era bem assim, mas agradeci a ligação rápida.
A gente colhe o que planta, acredito muito nessa frase. Por isso o Zé Roberto faz tanto sucesso. Parabéns por mais uma conquista!
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
O guarda!
"O senhor tem autorização para gravar no meio da rua?", perguntou o guarda ao cinegrafista. Ele, achando aquela pergunta absurda, respondeu que não e mandou: pode gravar!
Estávamos numa rua do centro de São Paulo gravando uma passagem (quando o repórter aparece na reportagem). Eu parada, cinegrafista na frente com câmera no tripé. Auxiliar do lado. Nada além disso. Chega o guarda e faz a pergunta. Tentamos argumentar que a rua é pública, não precisamos de autorização. O guarda emendou: "ah, mas você não pode armar o tripé aqui no meio da rua sem autorização."
O cinegrafista ainda perguntou: "qual é a lei que proíbe?". O guarda não soube responder. Em seguida, ele pega o rádio e diz: "Central, eles não estão me obedecendo".
Não acreditei no que estava acontecendo. Enfim, gravamos a passagem em meio a tudo isso e saímos. Pesquisei na internet e não encontrei nenhuma lei que proíba cinegrafistas de armarem tripé e câmera no meio da rua (não estávamos atrapalhando a passagem de ninguém). Empresas, hospitais, shoppings, lojas, eu entendo. Seguimos as regras. Se não pode, não pode. Mas na rua... tô passada!
Estávamos numa rua do centro de São Paulo gravando uma passagem (quando o repórter aparece na reportagem). Eu parada, cinegrafista na frente com câmera no tripé. Auxiliar do lado. Nada além disso. Chega o guarda e faz a pergunta. Tentamos argumentar que a rua é pública, não precisamos de autorização. O guarda emendou: "ah, mas você não pode armar o tripé aqui no meio da rua sem autorização."
O cinegrafista ainda perguntou: "qual é a lei que proíbe?". O guarda não soube responder. Em seguida, ele pega o rádio e diz: "Central, eles não estão me obedecendo".
Não acreditei no que estava acontecendo. Enfim, gravamos a passagem em meio a tudo isso e saímos. Pesquisei na internet e não encontrei nenhuma lei que proíba cinegrafistas de armarem tripé e câmera no meio da rua (não estávamos atrapalhando a passagem de ninguém). Empresas, hospitais, shoppings, lojas, eu entendo. Seguimos as regras. Se não pode, não pode. Mas na rua... tô passada!
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