segunda-feira, 27 de junho de 2011

Realizei meu sonho, me tornei repórter de tv!

Eu fiquei seis meses na TV Vanguarda, em São José dos Campos. Aprendi outra linguagem, a mexer no tp (para os apresentadores lerem as notícias), a fazer pauta e, principalmente, descobri que em tv o ego é maior que tudo... Esse foi o maior choque que levei do impresso para tv. Com o tempo, aprendi a lidar com isso. Em dezembro, o contrato acabou e não havia vaga. Lá fui eu novamente para a estrada, voltando pra SP. Passaram as festas e em janeiro recomecei a busca. Soube de uma vaga na produção da tv Diário, afiliada da Globo em Mogi das Cruzes. Fiz a entrevista e me chamaram. De novo, enfiei tudo no Twingo atrás de um sonho. Dormi numa pensão de estudantes durante três meses até alugar um apartamento. Como não tinha computador, usava os da biblioteca de uma faculdade pertinho de casa... dizia para o segurança que era estudante...rs.
Já mais acostumada com televisão, sofri menos desta vez com as diferenças. Fui produtora, depois editora, ajudei a fechar o sptv local do almoço e da noite. E nos plantões, chefiava a redação!!!! Que responsabilidade.
Mas o que queria mesmo era ser repórter, por isso me mudei para o interior. Teve até uma vez que ainda era produtora e havia um link no jornal, mas sem repórter. Falei pra chefia: deixa eu fazer?? tenho roupa aqui e faço  maquiagem... Chefia deixou e lá fui eu para o meu primeiro ao vivo!!! Tudo correu bem...
Certo dia, conversei na tv, e Edith Gonçalves, gerente, e Dino Rodrigues, chefe de redação, resolveram me dar uma chance. Durante um mês trabalhei dobrado. Entrava às 6h, fechava o sp1 e à tarde seguia para a externa para fechar alguma reportagem. Até que um dia, cheguei para o Dino e perguntei como ficaria minha situação. Não me esqueço. Na reunião ele virou para produtora e disse: Meg, amanhã a Renata está na reportagem!! Quando acordei, na manhã seguinte, me disse: finalmente realizei meu sonho, sou repórter de tv!!!!! Estava numa alegria...não tem como esquecer a sensação de um sonho de vida ser realizado... sim, porque desde criança eu dizia que seria repórter de tv.
Enfim, foi muito batalhado. Sem encurtar caminhos e nem atropelos. Meses depois apareceu uma vaga na rede Mulher e voltei para SP. Fiquei lá por cinco deliciosos anos. Gostava muito. Fui lá que aprendi a fazer matérias que até então nunca tinha imaginado. Moda, por exemplo, jamais tinha feito um desfile. Lembro até hoje do primeiro, num shopping... Não tinha a mínima idéia do que escrever.. Pedi ajuda a uma jornalista e consultora Danielle Ferraz. Atenciosa, me socorreu, ensinando o caminho das pedras. Mas a programação da rede Mulher acabou em 2007. E desde então, estou na rede TV!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Minha matéria tá pendurada na cantina italiana

Hoje lembrei de uma matéria dos tempos do Agora São Paulo. Era 1999. Havia acabado de estrear a novela Terra Nostra, na Globo, que contava a saga dos imigrantes italianos que vieram para o Brasil. Certa manhã, a secretaria de redação me chama e determina: queremos um italiano com uma história parecida com os personagens da novela. Lá fui eu para o Bixiga, bairro conhecido pelas cantinas italianas. Comecei a bater de porta em porta. Era o único jeito de achar alguém...
Numa das cantinas, veio a dica. Tenta lá na cantina Capuano, acho que eles podem ajudar. Conheci dona Angela, 76 anos. No navio, o pai morreu e o corpo foi jogado ao mar, assim como aconteceu com a protagonista da novela. Já tinha minha história. Mas o melhor estava por vir. Ela me contou que o marido, seu Angelo, 79 anos, iria participar da novela como músico. E eis o porquê... ele costumava tocar clarinete e o sogro de Benedito Ruy Barbosa, o autor da novela, era vizinho do casal. Na entrevista, Benedito me disse que ficava emocionado quando ouvia seu Angelo tocar.
O difícil foi convencer o italiano a ir até a cantina tirar uma foto. Fanático por futebol, ele não perdia um jogo italiano. E justo naquele dia, iria jogar o time do coração, o Roma. Liguei, insisti, implorei, pedi... e nada! Até o secretário de redação ligou... "Não quero perder meu jogo", dizia seu Angelo. Até que em mais uma tentativa, ele cedeu aos meus apelos. E avisou: oito horas em ponto lá, se vocês atrasarem vou embora! Eu e o fotógrafo chegamos uma hora antes...
Ainda não havia acabado minha saga. A missão agora era confirmar com o Benedito toda a história. E ele já tinha avisado, só me atenderia no final da novela, depois das nove e pouco da noite. Mal acabou e fui para o telefone. Quando desliguei, comecei a pular e gritar na redação... A chefia logo entendeu e começou a comemorar também. EEEEEbaaaa, ganhei uma página inteira no jornal e chamada de capa. Furo!!!!
Pela entrevista, a matéria cresceu ainda mais, já que seu Angelo também fazia parte da vida do autor, não era um personagem qualquer. E o personagem criado por ele era uma homenagem ao italiano.
No dia seguinte, telefone toca. "Renata, é seu Angelo... porque você não me disse que a matéria seria tão grande? saí até na capa... se você tivesse me dito, eu teria ido até a cantina mais cedo e feito mais fotos..." hahahaha. "Eu tentei seu Angelo, mas o senhor me dizia que não queria perder o jogo..." Enfim, o italiano me disse que adorou a matéria. Que bom!


Meses depois, Almeida Rocha, um fotógrafo amigo,  me avisa... "Fui jantar na cantina Capuano e sua matéria está pendurada na parede." E tantos anos depois, continua lá. Sempre que vou jantar no restaurante, faço questão de sentar na mesa ao lado da minha reportagem, protegida por um vidro. E aviso aos garçons: eu sou a Renata Afonso, eu que escrevi!!!!!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Eu, as lagartixas e as teias de aranha....na mesma edícula!

Recomeçar não foi fácil. Saí de jornal, veículo que já dominava, para tv. A referência que tinha eram os telejornais feitos na época de faculdade. Mas lá ia eu atrás do sonho de infância. É isso mesmo, quando criança eu já dizia para quem quisesse ouvir que eu seria repórter de tv.
O primeiro passo era arrumar lugar pra morar em São José dos Campos. E lá vai o destino.... Ainda no jornal liguei para Nathalia Molina pra contar a novidade. Ela trabalhava no Estadão e tinha sido minha colega no Agora SP. Na lata, me disse: Re, tem uma colega aqui no jornal que os pais moram em SJC, vou ver se ela pode te ajudar... Me liga de novo e diz... Re, os pais dela têm uma edícula no fundo da casa e podem alugar pra vc. Uhuuuu. Casa baratinha...
Numa manhã de um domingo de junho enchi meu Twingo com roupas e minha tv de 14 polegadas e lá fui eu pela estrada. Cheguei na cidade e seguindo as indicações do pai da jornalista consegui achar a casa. Lá moravam o pai, a mãe e duas irmãs adolescentes, mais os cachorros. Fui muito bem tratada nos seis meses que vivi ali. Eles até faziam questão de abrir o portão quando chegava do trabalho.
O único problema da edícula eram as enormes teias de aranha e as lagartixas que encontrei por lá... Nas primeiras noites dormi com estas companhias, mas depois fiz uma bela faxina e deixei a edícula com cara mais agradável.
Na segunda, seis da manhã lá fui eu para o novo desafio. Comecei na produção do SPTV local...

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Determinação e coragem pra mudar

Hoje volto a contar um pouco da minha carreira. Sempre quis tv... mas seguia trabalhando em impresso. Durante uma reportagem em Atibaia, na Grande São Paulo, encontrei Regiane Stella, hoje minha amiga, na época repórter da TV Vanguarda, de São José dos Campos. Cheguei e disse: eu queria ser repórter de tv, como posso conseguir? Ela, atenciosa, me passou o contato de Levy Soares, então gerente de jornalismo.
Mandei material que tinha em vídeo (sim, ainda era fita...) da época de faculdade. Fiz Metodista, em São Bernado, e no final do curso ganhei o prëmio Talento Metodista - melhor repórter de tv da turma da noite de 1996. Tenho até hoje o troféu, uma foca linda!
Depois de um tempo, liguei para o Levy para saber o que tinha achado do material e ele não foi muito simpático comigo... Não desisti. Esperei uns seis meses e voltei a ligar. Oi, meu nome é Renata Afonso, sou repórter do Agora São Paulo, mas quero trabalhar em tv. Posso conversar com você pessoalmente? Ele, mais simpático, disse que sim. E por coincidência estaria sábado na tv. Lá fui eu na estrada... Cheguei, mostrei o material que tinha em vídeo e levei as reportagens que fazia no jornal. Afinal, depois de algum tempo de formada, eu já era outra profissional. 
Eu não esqueço... ele colocou a fita no vídeo e quando apareceram as primeiras imagens, me perguntou. Você já tinha mandando esse vídeo pra mim, não tinha? Respondi, sim... mas como você não me atendeu, resolvi esperar um tempo e tentar de novo...
O Levy me confessou depois que foi nesse momento que eu conquistei uma futura vaga... ele passou a admirar minha determinação!
No sábado seguinte, voltei e fiz um teste para reportagem. Não havia vagas. A pedido do Levy, fui treinando o texto pra tv. Durante meses, chegava em casa tarde da noite e a mesma reportagem que tinha feito para o jornal escrevia como se fosse para a tv.  E mandava pra ele por email.
Nesse período, fui chamada para ser editora assistente de variedades do Notícias Populares, do mesmo grupo do Agora. Aceitei o desafio. Mas continuava mandando os textos.
Até que um dia, maio de 2000, o telefone toca em casa. Oi Renata, é o Levy, tenho uma vaga para você na tv. Aceita? Claaaaro...
E lá fui eu pra São José dos Campos, onde fui trabalhar com a Regiane Stella....a repórter que me passou o telefone do Levy...
Praticamente recomecei minha carreira aos 26 anos de idade. Já tinha cargo e salário bons. Fui pra ganhar a metade e comecei na apuração da Vanguarda.
Não me arrependo...

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Me empresta um casaco?

Gente, essa eu preciso contar... Estava no meio de uma reportagem sobre massagem, quando a chefia ligou e pediu para eu seguir para avenida Paulista e fechar um vt sobre o dia mundial sem tabaco. Só que eu ja havia gravado passagem (aquele momento em que o repórter aparece na matéria). Não queria aparecer com a mesma roupa em duas reportagens seguidas... Paramos o carro perto da galeria da rua Augusta. Não tive dúvida! Fui até lá ver se alguém me emprestava um casaco. As duas primeiras lojas recusaram. Na terceira, a gerente Renata foi supersimpática e disse que eu poderia até escolher o casaco. Experimentei alguns e achei um do meu gosto. Pedi para a vendedora me acompanhar até o ponto onde seria gravada a passagem. O mais divertido foi ver a cara do auxiliar e do cinegrafista...hahahaha. O auxiliar disse: não acredito, ela ta vindo mesmo com a outra roupa. O cinegrafista respondeu: você não a conhece, ela é cara de pau! Gravei a passagem com um casaco lindo. E melhor: depois que a reportagem foi exibida recebi no facebook a mensagem de um telespectador elogiando o tal casaco... não contei a história, só agradeci e disse que era emprestado...
Adorei!! Segue o link da matéria para quem quiser ver o famoso e salvador casaco.


http://www.redetv.com.br/Video.aspx?52,15,193318,jornalismo,redetv-news,a-cada-ano-6-milhoes-morrem-por-causa-do-cigarro