quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Em algum lugar do passado...

Em 2011 resolvi seguir o conselho de duas pessoas para que criasse um blog. Luciana Estevão sempre gostou de ouvir minhas aventuras na reportagem e achava que eu deveria dividir essa experiência. Elaine Gomes deu o empurrão que faltava, me mostrando a importância de relembrar ou, porque não, redescobrir minha trajetória profissional.
Pensei...pensei...pensei... e decidi! Não sou nenhuma expert em informática, então, fui atrás de uma colega que tinha um blog e perguntei qual era o caminho. Com a resposta, xeretei e consegui criar a página. Escrevi os primeiros textos. Um amigo me ensinou a colocar as fotos na página. Para mim, uma descoberta e tanto!! Depois da "aula", fui me aperfeiçoando, mudei a diagramação várias vezes, até chegar na atual. E sigo aprendendo...
Escrever no blog é um prazer. Aos poucos, a memória traz histórias que vivi e que estavam esquecidas em algum lugar do passado. Hoje mesmo, olhei para uma planta chamada Maria Sem Vergonha e lembrei de uma experiência engraçada durante uma reportagem. Logo pensei: vou escrever no blog! Prometo contar em breve.
Em janeiro de 2012, completo 17 anos de jornalismo, a maior parte na reportagem. E continuo exercendo a profissão com o mesmo entusiasmo do início. Já vivi altos e baixos, mas não desisto. Sigo determinada no meu caminho.
2012 é o meu ano. Eu decidi e assim será. Então, que venha 2012!!!!
Feliz ano novo!!! E obrigada por acompanhar minhas aventuras...

domingo, 18 de dezembro de 2011

A criança e a coxa do peru

Teve um 25 de dezembro que passei com a família Ota. Os pais do menino Ives, que foi assassinado por um segurança, organizaram um almoço natalino para famílias carentes da Vila Formosa, bairro onde moravam, na zona leste de São Paulo. Foi uma festa para centenas de pessoas. Almoço bem feito. E para as crianças, presentes. Muitos presentes. Foi um dia muito alegre. Casal gentil, os jornalistas também foram convidados a almoçar.
Em outro Natal fui cobrir a distribuição de brinquedos e almoço para famílias de Osasco, na Grande São Paulo. A festa era oferecida por um empresário da cidade. As pessoas eram simples, traziam tigelas, panelas, qualquer travessa que coubesse a comida. Para muita gente era a única refeição do Natal, a chance de comer algo diferente, especial. Lembro até hoje da expressão alegre de uma menino, que se deliciava com a coxa do peru...Tive a impressão de que ele nunca havia comido algo tão gostoso.
Em outro ano, trabalhei dia 24, à noite. Eu e a fotógrafa acompanhamos um empresário distribuir presentes pelas ruas de São Paulo vestido de Papai Noel. O que mais me chamou a atenção foi perceber que isso é muito comum na véspera de Natal. As pessoas ficavam embaixo dos viadutos, pontes, nas esquinas esperando os papais noéis chegarem... Sabiam que eles iriam aparecer...E a maioria já estava rodeada de presentes! Que bom!
Depois de acompanhar o empresário, cada uma seguiu para a ceia com a família... mas à meia-noite nos encontramos de novo, para cobrir a tradicional missa do Galo, na Catedral da Sé. Natais diferentes, mas especiais. Eu gosto dessas experiências...
Em 2011, estou de plantão...no Natal!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Profissão: perigo!

O modelito na enchente de Atibaia
Quando era adolescente adorava assistir o seriado Profissão: perigo. O personagem Mac Giver vivia entrando e saindo de encrencas...
É... não acho que minha profissão seja muito diferente. Vira e mexe, vivemos aventuras. No helicóptero enfrentei chuva, neblina e já fui literalmente parar nas nuvens... Sim, chegamos laaaaaá em cima!
Cobri enchente, várias! Em uma delas, em Atibaia, vi a água chegar na cintura. Claro, estava com roupa de proteção fornecida pelo corpo de bombeiros.
Passei sufoco no velório de uma criança, que morreu num incêndio. A família, simples, estava brava com a imprensa porque determinado programa de tv, aqueles populares famosos da década de 90, não ajudou financeiramente.  Eu e a fotógrafa chegamos no local e fomos expulsas, a gritos. Sentia o ódio das pessoas e rezava para que a máquina não disparasse sem querer um clique. Se isso acontecesse, a gente apanhava, na certa.
No helicóptero
Certa vez fui cobrir um acidente no Jardim Robru para o Jornal Agora SP. Estava na delegacia para pegar informações quando os presos começaram a bater objetos na grade. Vem o carcereiro e me diz: os presos souberam que tem uma repórter aqui e querem te conhecer.... O colega Roberto Ortega, repórter do Notícias Populares, também estava lá e gentilmente me acompanhou até a cela... A "visita" durou um minuto. Dei oi para os presos, que agradeceram, e saí...
Outro dia, susto com o carro da empresa.  Estávamos na estrada quando o cheiro de gasolina tomou conta do veículo. O motorista viu o ponteiro do combustível cair de repente, indicando tanque vazio. Um carro que passava buzinou e nos avisou do vazamento. Por sorte, estávamos perto de um posto. Paramos e quando olho...jorrava gasolina por baixo do carro. Pe-ri-go! Uma faísca e a gente ia pelos ares. E estava muito quente naquele dia. Rapidamente, os frentistas e o motorista jogaram água para evitar qualquer explosão. O carro foi para o conserto, no guincho. Voltamos em outro veículo, sem cheiro, sem vazamento...
A minha sorte é que eu acredito em anjos. O meu tem trabalhado bastante...

domingo, 11 de dezembro de 2011

Homens ao volante, perigo constante...

Mulheres ao volante, perigo constante...Nada disso, são os homens os vilões do trânsito! A frase era a chamada de uma matéria que fiz sobre o fato do seguro de carros ser mais barato para as mulheres, já que os acidentes envolvendo o sexo feminino eram menos graves.
Eu estava na calçada gravando a chamada, ao lado de um farol. Então, muitos carros paravam e os motoristas ouviam o que estava falando e lá vinham as provocações... "Nada disso, é mentira...", gritavam!!
E, claro, me diverti muito entrevistando os motoristas na rua. Escolhi um cruzamento da avenida Ibirapuera... e perguntava: quem dirige melhor, homem ou mulher? Respostas diversas... mas teve um rapaz que respondeu: "homens, claro. Outro dia vi uma mulher dirigindo, tomando sorvete e falando no celular." Não resisti... "Vc não consegue fazer isso"...rsrssrs. Ele respondeu bravo e indignado: "Isso é proibido". A namorada no banco ao lado caiu na gargalhada com minha provocação...rsrsss...
Essa é a melhor parte do jornalismo....unir diversão e trabalho!

domingo, 4 de dezembro de 2011

Não é pra qualquer um...

Vida de correspondente não é fácil... eu vi de perto!!! Acompanhei o trabalho do amigo e correspondente de tv em Nova Iorque Marcelo Medeiros.
É... todo mundo acha que a vida de jornalista é só glamour. Nada disso! Ele carrega o equipamento pra cima e para baixo, nas ruas, no ônibus, no metrô, na chuva, no sol... isso porque a neve ainda não chegou por lá. Produz, faz contatos, marca entrevistas, faz as entrevistas, as imagens, grava passagem... vai e volta até a câmera várias vezes para acertar o enquadramento...Chega em casa, baixa e manda as imagens para a redação em SP, escreve texto, grava e manda off. Ufa!!
E o que acha de andar dois quilômetros até encontrar a pauta? Caso dos perus de State Island. Da estação de trem até eles foi uma boa caminhada....e ainda foi preciso seguir os bichinhos por várias ruas para fazer as imagens. Isso porque as aves não ficam quietas, adoram passear pelo bairro, atravessam a rua toda hora, entram no mato, somem, aparecem, somem de novo, aparecem de novo!!!
Gostei muito de Highline, sugestão do próprio Marcelo. É uma linha de trem desativada que foi transformada em um parque elevado. O local é belíssimo.
Como além do talento, o repórter conta com a sorte... Marcelo flagrou um casamento ali. A cerimônia civil foi realizada num espaço onde as pessoas ficam sentadas observando os carros e os pedestres que passam embaixo. Um vidro enorme funciona como uma vitrine. Ah, o casal topou dar entrevista! É...não é para qualquer um...