segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Cem anos de Folha. Que honra, eu trabalhei lá!

 Surgiram várias postagens nas redes sociais comemorando os 100 anos da Folha. Depois de um tempo é que me dei conta. Eu também estava lá. Que honra! Foram dois anos, entre 1998 e 2000. Entrei lá aos 24 anos. Vi um classificado na Folha da Tarde sobre uma vaga para repórter de Show, o caderno de variedades. Mandei currículo, fui chamada para entrevista, fiz um teste, mas não fui chamada para essa vaga. Um mês depois surgiu uma vaga em Geral, me chamaram, e aceitei. E encarei os desafios que vieram pela frente. Chacina, enchente, manifestação, paralisação de ônibus. Não foram poucos obstáculos, mas era uma realização pessoal. Era aquilo que sempre sonhei. Repórter! Eu amava! E aprendia na prática. 

Em 1999 a Folha da Tarde deu lugar ao jornal Agora São Paulo. Fiz parte da equipe de transição, alguns plantões escrevendo para o novo jornal, horas a mais trabalhadas. Talvez tão jovem não imaginasse a importância daquele momento, mas eu seria testemunha de uma história. De um novo jornal que surgia no mercado. Tenho um carinho enorme pela publicação, por tudo que fiz lá. Foram muitos plantões, muitos pescoções (na sexta trabalhava até de madrugada para fechar edição de domingo), coberturas cansativas, difíceis, tristes, outras divertidades, prazerosas. Era com a reportagem, com o jornalismo, que chegava perto de Roberto Carlos, padre Marcelo Rossi, Zezé Di Camargo e Luciano. Ah, quantos shows! Eu era de geral, mas como o mundo sabia que eu fã deles, sempre era escalada para cobertura. E naquele época eles faziam até duas temporadas por ano. E estava lá. Assistia o show e depois, camarim para entrevistar os ídolos. Outros dia recente, num show, o Zezé até me disse que lembrava de mim, menina, com o bloquinho na mão anotando tudo que ele falava. Foi com o jornalismo que passei a conhecer prédios históricos que nem sonhava que existiam. Como o castelo onde funcionava a prefeitura na época. Lindo, lindo. Eu adorava quando tinha coletiva do prefeito, só pra entrar no prédio de novo. 

Foram tantas reportagens, tantas entrevistas, tantas coberturas. Foi uma escola, e que escola. Sou a profissional que sou hoje, com olhar apurado, com saída para as reportagens com o que aprendi lá. Só tenho a agradecer pela oportunidade. E sempre agradeço ao universo, sou uma pessoa de sorte, uma jornalista de sorte! 


Demorou, mas saiu. E foi um sucesso!

No início de 2020, conversando com algumas fontes, recebi dica sobre fazer uma reportagem sobre produção de queijo em Cunha, no interior de São Paulo. A ideia era mostrar a batalha dos produtores para conseguir o selo de autorização de venda fora do município. Ao apurar para o vt, percebi que dava pra fazer uma série sobre queijos, afinal, o município tinha muitas queijarias. Veio a pandemia e atrapalhou meus planos. Mas não desisti. 
Começo de 2021, lá vou eu falar com chefia de novo... consegui autorização, avisei produtores, marquei entrevistas e lá fui eu gravar. Eu e o cinegrafista Paulo. 
Passamos uma semana por lá conhecendo histórias, motivos da produção, lutas de cada família. Todas muito interessantes. 
A série foi ao ar semana passada, e hoje recebi retorno do pessoal de Cunha. Foram mais de 12 mil visualizações nas redes sociais, vários compartilhamentos, muitos retornos positivos. E o que é melhor: a prefeitura decidiu montar uma comissão de queijo para auxiliar os produtores a obterem o selo de autorização de venda fora dos limites do município. Que alegria!!!!!!! É isso que vale a pena. Resultado!