domingo, 21 de outubro de 2012

Metida em mais uma enrascada!

No final da década de 1990, as peruas estavam tomando conta das ruas de São Paulo. Transportavam passageiros que queriam fugir dos ônibus lotados. No primeiro acidente grave envolvendo esse veículo fiquei com a parte do hospital. Eram muitas vítimas e graves.
Lá fui eu para a porta do hospital...(não vou falar o nome, nem por decreto!!!)  Menina, nem sempre dava na cara que era jornalista, andava de tênis, camiseta e calça jeans. Hoje, por trabalhar em tv, é obrigatório maquiagem. Na época, jornal, não...Era aí que eu me aventurava pelos corredores dos hospitais atrás dos personagens.
Passei apertos... nesse dia me aproximei dos parentes das vítimas que aguardavam no saguão. Ouvi a história de um senhor que chorava feito criança por causa dos ferimentos no rosto da esposa. "Ela é linda", repetia aos prantos.
A esposa de outro homem, mais jovem, também tinha se machucado. Me identifiquei e ele me levou como acompanhante pra conversar com a esposa. Ela estava na cadeira de rodas, com dores fortes aguardando atendimento. Enquanto ela me contava como foi o acidente, ele vira pra mim e diz: "fica aqui com ela, vou ligar pra familia e já volto". Fiquei sem reação e sem poder negar. O já volto demorou mais de meia hora e eu não tive coragem de deixá-la sozinha ali. Nesse tempo, ela nem conseguia falar da batida, ficava nervosa, chorava, sentia dores,  reclamava da demora no atendimento. Tô frita, pensava....Que enrascada...
Passa o enfermeiro, eu chamo e dou bronca. "Moço, ela tá morrendo de dor. Que horas vocês vão atendê-la? Por que estão demorando? Que falta de respeito!". O enfermeiro ficou me olhando e ali saquei que ele desconfiou que eu não era parente da paciente...afinal, eles não estavam acostumados com esse tipo de protesto lá dentro.
Fui salva pelo marido, que chegou em seguida. E a bronca surtiu efeito, a moça finalmente foi atendida. Saí antes que fosse descoberta. Lá fora encontrei alguns colegas, que perguntaram se tinha algo. Ninguém havia conseguido informação sobre os feridos. Eu não costumo negar informação, mas nesse caso, não havia como compartilhar. A aventura era minha. O mérito era meu. No dia seguinte, apenas a minha reportagem tinha detalhes do acidente na visão das vítimas e a história dos pacientes... Valeu o sufoco, valeu a enrascada!! 

obs - a moça foi medicada e teve alta ainda naquele dia. 

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A 150 quilômetros por hora....

Vamos acelerar? Foi com essa pergunta que o instrutor inglês me convidou a pisar no acelerador e chegar a 150 km/h nas estradas inglesas. Aceitei o convite e o carro disparou, foi embora macio macio...
Antes disso, ele pediu que eu jogasse o carro para o meio da pista. Estava numa estrada estreita de duas mãos na pequena cidade de Brockenhurst. Foi ali que tive o prazer de dirigir um Aston Martin, o carro mais famoso do agente secreto James Bond.
O carro era automático, uma delícia. O instrutor ficou surpreso quando respondi que aquela seria a primeira vez que iria dirigir um carro sem marcha. Não tem no Brasil?, perguntou. Ter tem, respondi, mas por enquanto é para poucos. Expliquei que os carros aqui são muito caros.
Durante meia hora me senti uma bond girl, me aventurando em alta velocidade pelas estradas inglesas. Bom demais!!!!!
Na volta, tive o prazer de dirigir um Aston Martin, 1965, modelo usado em alguns filmes de James Bond. Desta vez, volta rápida, menos de cinco minutos. O instrutor me mostrou como mudar as marchas inglesas, perguntou se estava pronta e lá fomos nós. Tirando o freio de mão, muito duro, o resto foi tranquilo. O carro é gostoso de dirigir.
No final, agradeci e fui embora.
Encontrei um colega jornalista que perguntou: e aí foi fácil dirigir do lado inglês, mudar de marcha com a mão esquerda? ah foi sim, respondi. Mas, confesso, não lembro de ter mudado de marcha...rs. Acho que o carro andou os cinco minutos em primeira... Imagina a cara do instrutor! Minha aventura está no link abaixo.

http://www.youtube.com/watch?v=VAZFNYFYTYs&feature=plcp