domingo, 18 de setembro de 2022

Ele, cego, tocava nas flores para sentir como elas eram

 Estava gravando numa exposição de flores no interior de São Paulo. Eu já conhecia o local, havia gravado ali outras vezes mesmo antes de começar a fazer reportagens sobre agronegócio. É uma exposição linda de flores e ali é muito fácil encontrar pessoas que sejam apaixonadas por flores. E lá fui eu atrás de mais uma personagem assim. E eis que a vida me surpreende mais uma vez. 

Estávamos gravando numa parte fechada com vários arranjos belíssimos. De várias cores, tamanhos, modelos. Já havia feito algumas sonoras, todas muito interessantes, cheias de amor. Eis que de repente passam do meu lado duas pessoas e ouço o senhor falar: nossa aqui está muito frio e olha que cheiro delicioso. A mulher que acompanhava responde: ah vc já percebeu onde está. O diálogo me chamou a atenção e olhei. O senhor era cego e seguia guiado pela mulher. Pensei cinco segundos e resolvi abordar. Me apresentei, perguntei se topavam participar da minha reportagem. Aceitaram na hora. Chamei cinegrafista e gravamos. Eu já tinha entrevistas suficientes para o vt, não precisava de mais. Mas uma palavra que não existe no meu vocabulário é "preguiça". E valeu muito a pena.

Ele tocava nas flores para sentir o que estava ali na frente. Me contou que enxergou até os dez anos de idade e sabia como eram as flores. E finalizou dizendo que estava muito feliz por estar ali. Eu fiquei mais ainda, por presenciar aquela felicidade.  

domingo, 1 de maio de 2022

Falta uma cobertura internacional... não, não falta!

Por esses dias, um cinegrafista da tv me disse: Renatinha, sabe o que falta pra vc? Uma cobertura internacional. Respondi na lata: não, não falta. Já fiz várias. Ele ficou surpreso, claro.

Eu não costumo fazer marketing do meu trabalho, vou lá e faço e o que me pedem. Mostro na prática quem eu sou. Mas gosto de contar histórias, se alguém me pergunta, eu falo, afinal tenho muitas. Na tv o pessoal brinca quando eu começo a falar... senta que lá vem história...

Minha primeira viagem internacional a trabalho foi em 2007 na rede Mulher (grupo Record). Fui para Las Vegas cobrir um seminário de odontologia. Eu e o câmera ficamos uma semana lá gravando. Fizemos vts sobre Las Vegas, gravei numa wedding chapel (consegui autorização na hora). Era um casal norte-americano que estava renovando os votos de casamento. E pra nossa sorte, havia um Elvis Presley cover. Sim, porque a cidade ficou muito famosa quando Elvis e Priscila casaram-se em Las Vegas. Foi sensacional. A reportagem está no meu canal do youtube. Las Vegas, cidade com casamentos, cassinos e Elvis Presley - YouTube

Nesta mesma viagem gravei o Grand Canyon, um ponto turístico sensacional dos Estados Unidos. Neste local tem a sky walk, uma ponte de vidro sobre as montanhas. A reportagem também foi ao ar no Domingo Espetacular da Record. 

E tem mais... no mesmo ano, em julho, foi para Disney pela revista Atrevida. Fiquei 12 dias registrando o passeio de uma jovem (com a mãe, mais um grupo de 30 pessoas) que ganhou uma promoção da publicação. A viagem caiu no colo. Uma amiga que trabalhava na revista me ligou na terça. Re, vc pode ir quinta para os EUA? Posso. E foi assim, no susto, que embarquei para uma das experiências mais incríveis da minha vida. E lá fui eu correr atrás dos personagens para bater fotos. Afinal, eram a Branca de Neve, Pluto, Mickey ali na minha frente. Muito real.

Em 2012, já na rede TV, fui para Inglaterra gravar os 50 anos do personagem James Bond. Entrevistei o o doce ator Roger Moore, o divertido galã 007. E o simpático Chris Corbould, diretor de efeitos especiais dos filmes. A gente senta na frente deles e tem cinco minutos para fazer as perguntas. Nada além disso. Terminou, lá vem outro jornalista de algum canto do mundo. Dirigi o Aston Martins original do filme e o veículo do ano, 2012. Um instrutor nos acompanha. E ele mandou acelerar a 250 km por hora pelas estradas inglesas.... eu só obedeci! Eu dirigi um Aston Martin, o carro de James Bond!!! - YouTube

Depois de contar para o câmera as minhas experiências internacionais, uma querida estagiária que estava ao lado disse: Re, eu não sabia!!! Tomara que eu tenha tudo isso pra contar também. 

Terá querida, terá. Basta não ter medo e acreditar em você. Sem medo de ser feliz!



quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Respeita minha história

Respeita a minha história! Esse é meu slogan, adotado ja algum tempo. Cheguei aos 27 anos de profissão, 27 anos de jornalismo, a maior parte na reportagem. Tudo começou la em 1995, terceiro ano de faculdade. Meu primeiro emprego na área. 
Nunca mais parei. Ainda bem! Costumo dizer que tenho uma carreira abençoada. Fui dispensada algumas vezes, mas sempre me levanto. Não desisto do meu sonho, sim, o sonho de menina em ser repórter de tv. 
Chego em 2022 realizada. Faço o que gosto, sou remunerada por isso e ainda apareço na tv...rsrs...
Só que a diferença agora é que as coisas saem mais fáceis. Não, não baixei a guarda na checagem de informações. Continuo com mesmo rigor de sempre, pra tentar não errar. Só que agora o texto sai mais fácil, as sacadas surgem mais rapidamente na cabeça. E continuo com o mesmo prazer de antes. Não tenho preguiça pra trabalhar. Outro dia na tv, falei. Ai que preguiça... uma colega cinegrafista de estúdio me disse: vc com preguiça? Respondi... é verdade, essa não sou eu. 
A cada reportagem vivo uma aventura, um novo papo, uma nova amizade, nova risada, novo conhecimento (agora no agro principalmente), tenho uma nova história para contar. E que delícia poder fazer isso todo dia! Agradeço ao universo por esses 27 anos. Não é pra qualquer um. Não foi tudo um paraíso, mas na dificuldade, na raiva, no desânimo, na decepção, eu pensava no sonho da menina... vou deixar de fazer o que gosto por causa dos outros? Não... 
Outro dia postei uma foto no Instagram de tempos atrás, um amigo do início da carreira, hoje já em outra profissão, me disse: vc é guerreira, não desistiu mesmo. Respondi, não, eu não desisto. Por isso, sempre digo, respeita minha história!