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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

O vermelho

Reeeee, agora que eu reparei que você usa muito a cor vermelha, disparou o auxiliar da tv espantado com a descoberta. Detalhe: ele trabalhava comigo quase que diariamente.
O auxiliar disse isso depois que alguém fez um comentário referente a minha roupa. "Renata, a repórter que adora blusa vermelha."
Eu respondi para o auxiliar, "como você nunca percebeu isso??" E justo naquele dia, eu estava de blusa, brinco e bolsa....na cor vermelha.
Meu olho é treinado na hora que vou às compras. Dezenas de opções na arara, mas é só encontrar a tal peça vermelha pra encerrar o consumo. Eu gosto, acho uma cor viva, brilhante, cheia de energia.
Nas últimas eleições tive que rebolar pra mudar o figurino. O PT usa a cor vermelha como referência e não daria para eu cobrir as eleições usando sempre essa cor....mesmo porquê, o vermelho não tem nada de discreto.
A saída foi correr para as lojas e mudar um pouco....mas só um pouquinho. Sem exageros....rsrs
Certa vez, quando arrumava a mala para viajar, foi que reparei esse detalhe monocromático no armário. Pensei....nossa, quanto vermelho....rsrs

É...meu guarda-roupa é parecido com o da Mônica, a querida personagem dos quadrinhos que só usa vestido vermelho.
Ah....lembrei!!! Falta um vestido vermelho no meu armário....preciso resolver isso, urgente!

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

2013, o ano que perdi meu emprego

O primeiro semestre de 2013 foi intenso. Fui ate Santa Maria, no Rio Grande do Sul, cobrir o incêndio na boate.  Trabalhei muitas horas, fiquei triste com as histórias que ouvi, me emocionei....
Depois vieram os julgamentos. Foram vários, um seguido do outro, carandiru, mercia, Gil...Fui escalada para a cobertura e para as entradas ao vivo no jornal. Tem que estar atenta a tudo. Entrevistado aparece, todo mundo vai.... Estava com uma equipe ótima, demos conta do recado.
Em junho, estouraram as manifestações. Jovens foram para as ruas protestar contra a tarifa do transporte. Em duas delas, estava embaixo acompanhando de perto. Houve conflito, policiais jogaram bombas, deram tiros de balas de borracha. Jovens revidaram. Eu e o câmera lá no meio. E ainda entrei ao vivo, no meio do conflito, exclusiva com o comandante da operação. Ele estava lá do lado...não tive dúvida, segurei no braço e entrevistei.
O cop precisava subir e lá fui eu. Vários dias entrando ao vivo, de cima, nos plantões e no jornal. Cheguei a ficar uma hora ao vivo, relatando tudo que via lá do alto. Ótima parceria com a apresentadora.
Em julho, a triste surpresa. Sem muitas explicações, apenas por critérios sei lá quais, perdi o emprego. Agradeci, me despedi de todos, e segui meu caminho.
Estava exausta. Nesse período, descansei, refleti, pensei em desistir, fiquei na dúvida, e descobri outro mercado do jornalismo. Não fiquei parada, nem posso. Mas a paixão que tinha pela reportagem tava escondida...em algum lugar. Numa entrevista recente, essa paixão reacendeu. A resposta de um menino me tocou....
E desde então venho pensando nisso, na volta....
Em 2014, já decidi. Eu vou voltar.
Desejo a todos um feliz natal e um ótimo 2014. Obrigada por acompanhar as histórias do blog. Ano que vem tem mais!!! No blog e na tv....

Obs-a sonora do menino está no post "não sabia conta de dividir"

domingo, 21 de outubro de 2012

Metida em mais uma enrascada!

No final da década de 1990, as peruas estavam tomando conta das ruas de São Paulo. Transportavam passageiros que queriam fugir dos ônibus lotados. No primeiro acidente grave envolvendo esse veículo fiquei com a parte do hospital. Eram muitas vítimas e graves.
Lá fui eu para a porta do hospital...(não vou falar o nome, nem por decreto!!!)  Menina, nem sempre dava na cara que era jornalista, andava de tênis, camiseta e calça jeans. Hoje, por trabalhar em tv, é obrigatório maquiagem. Na época, jornal, não...Era aí que eu me aventurava pelos corredores dos hospitais atrás dos personagens.
Passei apertos... nesse dia me aproximei dos parentes das vítimas que aguardavam no saguão. Ouvi a história de um senhor que chorava feito criança por causa dos ferimentos no rosto da esposa. "Ela é linda", repetia aos prantos.
A esposa de outro homem, mais jovem, também tinha se machucado. Me identifiquei e ele me levou como acompanhante pra conversar com a esposa. Ela estava na cadeira de rodas, com dores fortes aguardando atendimento. Enquanto ela me contava como foi o acidente, ele vira pra mim e diz: "fica aqui com ela, vou ligar pra familia e já volto". Fiquei sem reação e sem poder negar. O já volto demorou mais de meia hora e eu não tive coragem de deixá-la sozinha ali. Nesse tempo, ela nem conseguia falar da batida, ficava nervosa, chorava, sentia dores,  reclamava da demora no atendimento. Tô frita, pensava....Que enrascada...
Passa o enfermeiro, eu chamo e dou bronca. "Moço, ela tá morrendo de dor. Que horas vocês vão atendê-la? Por que estão demorando? Que falta de respeito!". O enfermeiro ficou me olhando e ali saquei que ele desconfiou que eu não era parente da paciente...afinal, eles não estavam acostumados com esse tipo de protesto lá dentro.
Fui salva pelo marido, que chegou em seguida. E a bronca surtiu efeito, a moça finalmente foi atendida. Saí antes que fosse descoberta. Lá fora encontrei alguns colegas, que perguntaram se tinha algo. Ninguém havia conseguido informação sobre os feridos. Eu não costumo negar informação, mas nesse caso, não havia como compartilhar. A aventura era minha. O mérito era meu. No dia seguinte, apenas a minha reportagem tinha detalhes do acidente na visão das vítimas e a história dos pacientes... Valeu o sufoco, valeu a enrascada!! 

obs - a moça foi medicada e teve alta ainda naquele dia. 

domingo, 29 de janeiro de 2012

O jornalista e suas tragédias

Fiquei dois dias no Rio de Janeiro acompanhando o trabalho de resgate no desabamento de três prédios no centro da cidade. Eu já dormia na quarta-feira à noite quando a redação me ligou avisando que na manhã seguinte iria viajar. Acordei cedo, arrumei as malas e segui para o aeroporto. No Rio de Janeiro, a equipe já me aguardava. Fui direto para o local do acidente.  O cheiro era uma mistura de queimado com pó. Havia muita poeira, quase sufocante. Alguns colegas trabalhavam com máscara.
A pilha de entulho era enorme, assustadora. Em segundos, três prédios desapareceram e destruíram a felicidade de muitas famílias. Bombeiros trabalhavam, curiosos olhavam.
Nessa missão eu tive a ótima parceria de dois produtores da tv. Lívia e Daniel, moradores do Rio de Janeiro, me ajudaram a identificar as autoridades e apurar as informações. No primeiro dia fiquei encarregada de tentar descobrir as causas do acidente. No segundo, acompanhei os enterros de duas vítimas e o resgate dos corpos.
Na última entrevista que fiz com o coronel do corpo de bombeiros, uma declaração forte e que me marcou:
ele disse que algumas pessoas foram encontradas na escada, o que indica que elas tentaram sair do prédio...
Quem escolhe ficar desse lado da imprensa tem de saber que as tragédias fazem parte da vida do jornalista. Nesse caso, não falo do lado pessoal, mas sim do trabalho. E não há como fugir...

domingo, 4 de dezembro de 2011

Não é pra qualquer um...

Vida de correspondente não é fácil... eu vi de perto!!! Acompanhei o trabalho do amigo e correspondente de tv em Nova Iorque Marcelo Medeiros.
É... todo mundo acha que a vida de jornalista é só glamour. Nada disso! Ele carrega o equipamento pra cima e para baixo, nas ruas, no ônibus, no metrô, na chuva, no sol... isso porque a neve ainda não chegou por lá. Produz, faz contatos, marca entrevistas, faz as entrevistas, as imagens, grava passagem... vai e volta até a câmera várias vezes para acertar o enquadramento...Chega em casa, baixa e manda as imagens para a redação em SP, escreve texto, grava e manda off. Ufa!!
E o que acha de andar dois quilômetros até encontrar a pauta? Caso dos perus de State Island. Da estação de trem até eles foi uma boa caminhada....e ainda foi preciso seguir os bichinhos por várias ruas para fazer as imagens. Isso porque as aves não ficam quietas, adoram passear pelo bairro, atravessam a rua toda hora, entram no mato, somem, aparecem, somem de novo, aparecem de novo!!!
Gostei muito de Highline, sugestão do próprio Marcelo. É uma linha de trem desativada que foi transformada em um parque elevado. O local é belíssimo.
Como além do talento, o repórter conta com a sorte... Marcelo flagrou um casamento ali. A cerimônia civil foi realizada num espaço onde as pessoas ficam sentadas observando os carros e os pedestres que passam embaixo. Um vidro enorme funciona como uma vitrine. Ah, o casal topou dar entrevista! É...não é para qualquer um...