quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

30 anos de jornalismo!

Sim, eu cheguei aos 30 anos de jornalismo. Que alegria, que honra! Uma vida toda exercendo a profissão que eu escolhi ainda na infância. Quer dizer, não sei se escolhi. Desde pequena eu já dizia que seria repórter de tv... acho que nasci jornalista.  

Tenho o que celebrar? Sim, muito. Sou feliz e grata por toda minha trajetória. Em tv, minha paixão, estou desde o ano 2000. Passei por várias áreas, cobri enchentes, acidentes, incêndios, shows, manifestações, greves, enfim, muitas pautas nesses 30 anos. Foram muitas viagens a trabalho: Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraíba, Bahia, Brasília, Estados Unidos, Inglaterra...que delícia! 

E a paixão diminuiu? Não. Está mais prazerosa. Há 7 anos, migrei para o jornalismo agro. Passado o desafio de conhecer melhor a área, hoje posso dizer que vivo um ótimo momento porque consigo juntar o prazer que tenho pela reportagem, pelo jornalismo com a tranquilidade e o conhecimento que a experiência traz. Hoje quando chego em alguma gravação, após alguns minutos de conversa já consigo ter ideia para onde levar a gravação, a pauta flui melhor. Eu também sou editora e produtora das minhas reportagens especiais, consigo encaminhar a reportagem do jeito que idealizei. Não tenho preguiça em ouvir a sonora diversas vezes até encontrar o ponto ideal, reescrevo o texto quantas vezes achar que devo, sem pressa. Isso é maturidade, aliada a talento e vontade de fazer a coisa bem feita. 

Durante minha trajetória, recebi dois prêmios, um no ano passado. Mas eu costumo dizer que meu maior prêmio é estar na profissão há tanto tempo de forma tão prazerosa, sendo remunerada por exercer uma função que sempre sonhei ser.. repórter de tv! 

Eu acredito que a gente atrai o que joga para o universo. E eu acho que atraí coisas maravilhosas para minha carreira. Obrigada, universo! 

sábado, 13 de julho de 2024

Minhas mãos são assim, de trabalhadora!

Minhas mãos são assim, de trabalhadora! Foi com esta frase e mãos estendidas cheias de terra que a produtora rural Sandra me recebeu na propriedade dela em Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo. Respondi que não tinha problema algum, afinal eu sabia que ela já estava trabalhando na terra desde cedo.

Eu fui até lá gravar uma reportagem para o dia das mulheres, celebrado em oito de março. Cheguei até ela por indicação de um outro produtor da região, que já entrevistei algumas vezes. Ela também me perguntou sobre a roupa, se precisava mudar. Perguntei, é assim que a senhora trabalha todos os dias? Ela disse que sim, e eu respondi, então é assim que vamos seguir, se não se importar, claro. Esse diálogo só fui entender o sentido depois, na gravação da entrevista quando ela me disse que já sentiu vergonha pelos olhares alheios quando ia vestida com as roupas que usa para trabalhar no campo fazer compras no comércio. Ela se emocionou na sonora e disse que hoje não se importa mais com esses olhares porque sabe o valor que a agricultura tem para a sociedade. "Eu me orgulho de poder levar o alimento na mesa das pessoas, isso não me incomoda mais"

obs - Era a minha terceira entrevistada do dia. Pouco antes já havia gravado com duas mulheres, mãe e filha, que ganham a vida produzindo alimentos. A jovem decidiu seguir os passos da mãe, que assumiu a lavoura depois da separação. Mesmo tão jovem já sabe o valor do campo.