domingo, 12 de fevereiro de 2012

23 horas de trabalho


Foi numa sexta-feira de 1999. Trabalhava no jornal Agora São Paulo. Eu entrei às 8h da manhã, meu horário na época. Sete horas da noite eu ainda estava lá... fechava uma matéria especial para a edição de domingo. Em jornais impressos é comum o jornalista trabalhar até de madrugada para adiantar o fim de semana. É o chamado pescoção. Mas como eu havia entrado cedo, no máximo 1h estaria dispensada.
Sonho meu... O editor me informa, umas oito da noite, que o diretor de redação decidiu de última hora cobrir a eleição do rei e rainha do carnaval de São Paulo e ele, editor, queria que eu fosse.
Retruquei afirmando que a festa iria até de madrugada, eu ficaria muitas horas trabalhando direto. O editor respondeu inocentemente que "não, a festa só vai até 1h, no máximo".
Pois é, não foi. A festa terminou tarde, muito tarde. Foi legal a cobertura, gostei da experiência inédita, mas estava exausta. As baterias das escolas de samba tocavam e eu lá tirando uma soneca nas poltronas do Anhembi. O resultado só saiu lá pelas 4h da madrugada.
Entrevistei os vencedores e segui para o jornal. Peguei meu carro e fui pra casa. À tarde, fui para o jornal. E o mesmo editor que me mandou fazer a matéria estava lá de plantão. Entrei, escrevi o texto e me mandei, já que era meu fim de semana livre. Ao editor, só disse uma frase: eu trabalhei por 23 horas seguidas. Ah, ele me de uma folga depois...

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