quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Minha primeira chacina

Esta semana uma jovem editora veio me contar toda animada que tinha editado a primeira matéria exclusiva. Os olhos dela brilhavam tanto que dava gosto de ver.
Essa animação e orgulho pelo trabalho realizado me fez lembrar minhas primeiras experiências no jornalismo.
A primeira chacina ninguém esquece... 12 pessoas mortas num bar de uma cidade na Grande São Paulo. Foi em 1998. Fazia uns dois meses que estava na Folha da Tarde (hoje Agora São Paulo) quando a pauta me encarregou de cobrir o assunto. Por sorte, tinha a ótima orientação de Angélica Sales, minha pauteira. Para pedir os conselhos e saber pra onde seguir, eu ligava de um orelhão...sim orelhão, já que na época pouquíssimas pessoas tinham celular. Ah, e ligava com ficha!!!
Foi a primeira vez também que senti o que é um repórter aparecer num velório quando não é bem vindo... em tom não muito amigável, as famílias disseram que não iriam dar entrevista e que era para eu sair dali. Saí e voltei pra redação pra escrever. Que responsabilidade, pensava!!!
No dia seguinte, a matéria estava na capa do jornal. Era manchete. Minha primeira manchete na Folha da Tarde. Eu já tinha feito uma manchete no Diário do Grande ABC, mas fui codjuvante. Ajudei outra repórter com parte da informações.
Na chacina não. Eu fiz a apuração, eu descobri os fatos, eu escrevi o texto. E tenho certeza que quando vi o resultado na capa meus olhos brilharam, assim como os da jovem editora.

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